Realizou-se o IV Congresso Val do Rio Estoril

Foram dois dias de reflexão, de festa, de unidade… No dia 26 de setembro, a Val do Rio Estoril rumou à Casa das Histórias, em Cascais, para lançar o tema do novo ano letivo - De que Somos Feitos? Homem e Mulher no Mundo Contemporâneo; no dia 27 houve jogos nos Jardins do Estoril, Missa e encontro com a autora do livro “A Princesa Azul e a felicidade escondida”.

Na primeira sessão, Vanessa Machado aventurou-se a questionar o que diz a ciência sobre a mulher e quem foram as grandes mulheres na ciência. A enfermeira e professora da Val do Rio sacudiu a audiência falando das evidências científicas que distinguem homens e mulheres. Sim, o cérebro das mulheres é mais pequeno… Em contrapartida é muito mais apto a integrar diversas actividades em simultâneo, o que torna a mulheres mais capazes de sintonizar com os outros. Sim, o aparelho reprodutor feminino é muito mais complexo – nele se gera uma nova vida -, mas isso dá às mulheres uma beleza e uma força que as transcende…

o segundo painel, Miguel Arrobas, 43 anos, e Catarina Nicolau, 28 anos, perguntaram-se: de que somos feitos?

Miguel é casado e pai de 7 filhos e destacou o que considera ser a “diferença de vocações” de homens e mulheres na família, como pai e mãe. “Na minha vida, assumo cada vez mais este papel de homem, marido e pai”, sublinhou, acrescentando: “devemos ser iguais em direitos e em dignidade e não porque haja uma lei que nos vem dizer que somos iguais”.

Catarina também é casada e tem 4 filhos. Trabalha muito, dentro e fora de casa, mas distancia-se da “ideologia que pretende que a mulher tem de ser igual ao homem”. Desmontando algumas ideias feministas, Catarina apelou ao pensamento crítico e livre, convidando todos – alunas e professores - a usar o método de “confrontar sempre o que nos dizem com a realidade”.

No terceiro painel, Tiago Amorim, filósofo e professor de Ética na Val do Rio Oeiras, fez-nos pensar de onde nos vem a nossa dignidade. “Seremos um amontoado de carbono ou haverá algo, além da matéria, que nos dê sentido?” Cada um chegará à resposta se ousar fazer-se a pergunta pessoalmente… 

Filipa Sáragga, 33 anos, pintora e escritora envolvida em causas sociais, deu o seu testemunho como mulher que descobriu os seus talentos e não os guardou para si mesma, mas os pôs a render para os outros… Com o mundo a seus pés, sentiu-se chamada a trabalhar no serviço dos mais pequeninos e esquecidos da sociedade: “sempre me atraí pela fragilidade, pelo sofrimento, pela necessidade de dar apoio aos mais débeis”. Hoje tem vários livros publicados que revertem para crianças deficientes e doentes; pinta e vende quadros para apoiar os mais pobres; desenvolve colecções de roupa para chegar a quem nada tem…

Frederico Pinho de Almeida, vereador da Câmara de Cascais para as áreas da Habitação e Desenvolvimento Social, Promoção de Saúde e Educação, participou na abertura do congresso e salientou o papel relevante da Escola Val do Rio no concelho.